Os deputados Dr. Batista e Enio Verri e o secretário estadual Wilson Quinteiro largam na frente, mas família Barros pode mudar o rumo da disputa.
A eleição para a prefeitura de Maringá em 2012 promete disputa acirrada, decisão em segundo turno e queda de braço entre os dois grupos políticos antagônicos do estado. Essas são as conclusões de especialistas com base em levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo. Três candidatos aparecem com índices competitivos e em situação de empate técnico: os deputados estaduais Dr. Batista (PMN) e Enio Verri (PT) e o secretário estadual de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro (PSB).
Em um dos cenários pesquisados, se a eleição fosse hoje, Dr. Batista teria 23,7% das intenções de voto, e Verri, 21,1%. Quinteiro (PSB) aparece logo atrás, com 18,9%. A margem de erro é de 4 pontos porcentuais.
O atual vice-prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin (PP), aparece em quarto lugar com 6,4%. Entretanto, ele vai contar com o apoio da máquina municipal e do prefeito Silvio Barros (PP), muito bem avaliado pela população.
Para o diretor presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o levantamento mostra uma eleição “em que a transferência de votos de políticos influentes na região pode fazer a diferença”. Para Hidalgo, a pesquisa aponta para uma definição da eleição apenas no segundo turno. Neste caso, Batista tem vantagem sobre os demais. Verri, por sua vez, se sai melhor do que Quinteiro. Até o ano que vem, o cenário eleitoral pode se alterar, com a entrada em cena das máquinas dos governos federal, estadual e municipal.
Apesar da liderança inicial de Dr. Batista, a socióloga Celene Tonella, coordenadora do mestrado de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM), diz que a disputa ficará concentrada nos outros dois nomes. Para ela, a definição se dará a partir do enfrentamento dos grupos que se aglutinam em torno do governador Beto Richa (PSDB) – que tende a apoiar Wilson Quinteiro – e em torno do PT e da máquina federal, que irão apoiar Verri. Ele é o líder da oposição na Assembleia Legislativa.
“O Dr. Batista costuma largar na frente, porém com um partido pequeno e sem estrutura, vive do seu eleitorado cativo, e dificilmente consegue ultrapassar este patamar [de intenção de voto]”, avalia Celene. Por isso a polarização, segundo ela, tende a ser entre Quinteiro e Verri. O deputado petista, acrescenta, foi um dos parlamentares com maior votação na história de Maringá. Por outro lado, o PSDB tem força na cidade – Richa e José Serra foram os “vencedores” locais da corrida estadual e federal em 2010.
A força da família Barros na cidade, por outro lado, também pode incrementar as chances de Pupin. Segundo Celene, a migração de votos ao vice-prefeito deve crescer no transcorrer da campanha. “A baixa porcentagem dele por enquanto deve-se ao fato de que a maioria da população ainda não o associa a família Barros, que ainda tem muita força política na cidade”, diz. Pupin também pode contar com o apoio do senador Alvaro Dias (PSDB), atualmente distanciado da direção estadual de seu partido. Se isso se confirmar, afirma Celene, as chances dele crescem ainda mais.
FONTE: Gazeta de Maringá
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