sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Falta de mão de obra cria ‘migração’ de operários para Maringá


A remuneração paga a pedreiros em Maringá já supera a de vendedor do comércio, auxiliar de escritório, cozinheiro e operador de telemarketing, de acordo com o Ministério do Trabalho. O piso salarial de servente é 16% maior que o menor salário pago no segmento de educação e 9,7% maior que no comércio varejista. Trabalhadores autônomos conseguem facilmente mais de R$ 3 mil por mês, tocando obras nos bairros de maior expansão imobiliária da cidade.
Mesmo depois de anos de aquecimento, o setor continua agitado. De janeiro a novembro de 2011, o município contratou 10.136 trabalhadores para a construção civil e demitiu 9.585, gerando saldo de 551 vagas com carteira assinada.

Como se já não bastasse o assédio das empresas locais pelos pedreiros maringaenses, obras em outras cidades procuram profissionais aqui. Um exemplo é um empreendimento gigantesco que está sendo tocado no extremo leste de Mato Grosso do Sul. No município de Três Lagoas, com cerca de 100 mil habitantes, uma indústria de celulose está se instalando, com previsão de contratar 4 mil empregados. A cidade não tem como acomodar todas essas pessoas, e os aluguéis já estão nas alturas. Por isso, a indústria decidiu construir 195 casas para abrigar a equipe.
O problema é encontrar mão de obra para levantar as construções. Dos trabalhadores disponíveis no município sul-mato-grossense, quase todos já estão empregados. Três Lagoas já conta com uma gigante do setor de celulose, uma grande indústria de adubos e uma olaria de importância regional.

"Na cidade não tem mão de obra. Também tentamos contratar pessoas de Alagoas, Maranhão e Piauí, mas eles não se adaptaram", explica Jones Ricardo Chicarelli, analista de recursos humanos da Montago, que vai levantar as casas. Como a construtora tem sede em Maringá, decidiu levar trabalhadores do município, principalmente aqueles que já atuaram em obras da empresa.
A meta da empreiteira é levar pelo menos 200 maringaenses para Três Lagoas. Cerca de 30 já estão lá. Para construir as casas, serão necessários no máximo 2 anos. A empresa está pagando até R$ 2,5 mil mensais para pedreiros e eletricista e R$ 3 mil para mestre de obras. Para atrair os trabalhadores, eles oferecem plano se saúde, acomodação e alimentação.
"Mesmo assim, está muito difícil, porque o trabalhador maringaense tem emprego para escolher", comenta Chicarelli."Além disso, vivemos uma situação em que uma empresa cobre a oferta da outra, o que é difícil de administrar dentro da estrutura de orçamento da construção civil", completa. A empresa anuncia no jornal vagas para empreiteiros de lajes, reboco, alvenaria, hidráulica, elétrica, carpinteiros e pedreiros.

Além de Maringá, a construtora está mobilizando pedreiros de Sarandi e Paiçandu para a empreitada em Três Lagoas. Profissionais também estão sendo procurados do outro lado do rio Paraná, no município paulista de Andradina.

FONTE: O Diário

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